quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sem os outros (não haveria nós).

Todos temos ou um dia tivemos uma faceta narcisista, tenha sido esta apenas uma fase de descoberta corporal (no seu livro, "Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo", Freud subdivide o narcisismo em duas fases, sendo uma delas auto-erótica) ou algo mais egocêntrico, que nos leva a sobrepor o eu a todos os aspectos da vida, sejam estes sociais, amorosos ou profissionais.

Mas, como qualquer tipo de amor, o narcisismo apenas se evidencia mediante algum tipo de estimulação exterior. O excesso de atenção por parte de outros, pode originar um aumento de confiança de tal ordem, que nos leva a perder o respeito pelos demais. Veja-se o caso de (algumas) celebridades, cuja fama aparente , lhes leva a pensar que o mundo vive em função deles, quando o seu estatuto lhes poderia facilitar exactamente o contrário.

Seja num meio mais mediático, como o do showbiz, ou no mais simples escritório onde trabalhamos, uma subida hierárquica poderá provocar em nós um excesso de auto-confiança que nos leva a ridicularizar, menosprezar, subestimar e vulgarizar quem connosco convive. Quem um dia foi nosso amigo/companheiro, facilmente se deixa agigantar pela posição atingida. O status social dá-nos importância, mas não nos dá o direito de olhar os outros com arrogância.

Numa época difícil como a que hoje em dia vivemos, é tempo de pôr narcisismos de parte, e assentarmos as nossas bases em valores tão altruístas como a amizade e amor pelos outros. Sem nunca esquecer o amor por nós próprios (pois é possível amarmos-nos sem sermos egocêntristas), devemos aprender a dar sem receber nada em troca. E acreditem, sabe muito melhor dar.

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