Todos temos ou um dia tivemos uma faceta narcisista, tenha sido esta apenas uma fase de descoberta corporal (no seu livro, "Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo", Freud subdivide o narcisismo em duas fases, sendo uma delas auto-erótica) ou algo mais egocêntrico, que nos leva a sobrepor o eu a todos os aspectos da vida, sejam estes sociais, amorosos ou profissionais.
Mas, como qualquer tipo de amor, o narcisismo apenas se evidencia mediante algum tipo de estimulação exterior. O excesso de atenção por parte de outros, pode originar um aumento de confiança de tal ordem, que nos leva a perder o respeito pelos demais. Veja-se o caso de (algumas) celebridades, cuja fama aparente , lhes leva a pensar que o mundo vive em função deles, quando o seu estatuto lhes poderia facilitar exactamente o contrário.
Seja num meio mais mediático, como o do showbiz, ou no mais simples escritório onde trabalhamos, uma subida hierárquica poderá provocar em nós um excesso de auto-confiança que nos leva a ridicularizar, menosprezar, subestimar e vulgarizar quem connosco convive. Quem um dia foi nosso amigo/companheiro, facilmente se deixa agigantar pela posição atingida. O status social dá-nos importância, mas não nos dá o direito de olhar os outros com arrogância.
Numa época difícil como a que hoje em dia vivemos, é tempo de pôr narcisismos de parte, e assentarmos as nossas bases em valores tão altruístas como a amizade e amor pelos outros. Sem nunca esquecer o amor por nós próprios (pois é possível amarmos-nos sem sermos egocêntristas), devemos aprender a dar sem receber nada em troca. E acreditem, sabe muito melhor dar.
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