sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

«Se eu gostar de mim quem não gostará!»

Vivemos numa sociedade egocêntrica onde se privilegia o Eu e se menospreza o Nós. Vivemos numa era, numa sociedade de informação, onde meios como a televisão, o cinema, a rádio e a internet nos dão o mundo mas ao mesmo tempo nos fecham para ele. Nessa mesma sociedade se cultiva o narcisismo de alguns ou mesmo o narcisismo de muitos.

Em 1937 os estúdios Walt Disney apresentavam ao mundo a sua mais recente obra – “Branca de Neve e os Sete Anões”. Nesse filme a madrasta má perguntava a um espelho «Espelho mágico, espelho meu existe alguém mais belo do que eu?».

Em 1988 os “Xutos & Pontapés” lançavam a música “Sou bom” que era mais ou menos assim: «Eu cá sou bom, Sou muito bom…».

Perto do ano 2000 a Publicis lançou uma campanha para a marca Matinal em que a assinatura da campanha era «Se eu gostar de mim quem não gostará!».

Claro que são apenas exemplos, parvos, para demonstrar o quanto a sociedade nos direcciona para o nosso umbigo. Pois a verdade é que todos gostamos de nós ou pelo menos devíamos gostar! Mas há limites para esse gostar e há fronteiras que não se devem ultrapassar nesse mesmo acto de gostar.

Em 37 anos já me cruzei com pessoas que só falam delas, das coisas delas e para elas. Pessoas que não têm qualquer noção do quanto são ridículas nessa atitude e o quanto são enfadonhas nessas conversas. Essas pessoas são egocêntricas porque só falam delas e são narcisistas porque gostam tanto delas, e se acham tão boas, que pensam que as outras pessoas vão gostar de ouvir as suas histórias (ou melhor estórias).

Uma coisa é “certa” se Narciso não tivesse rejeitado a ninfa Eco não estava eu agora aqui a falar de pessoas que se apaixonam incontrolavelmente pela sua imagem.

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